MARIA RAMIM

Maria Ramim

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

PITACOS NEUROPSICOLÓGICOS: PSICOMOTRICIDADE NO TDAH


O Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade (TDAH) é uma disfunção em que a variável psicomotora não deve ser negligenciada. Isso fica evidente nos critérios nosológicos registrados no DMS-V e no CID-10, nos estudos de: regulação comportamentais, de estimulação tátil e auditiva, integração sensório-motora, etc.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

EXPLIQUE O MOTIVO POR TRÁS DA REGRA



Quando você disser não, deve sempre explicar por quê. Você não quer botar medo no seu filho para que ele obedeça. Na verdade, quer criar um mundo coerente e previsível para ele e mostrar que respeita a autonomia e inteligência dele.
Se a situação for perigosa, aja primeiro e dê o motivo depois. Sempre seja direto: você não quer que sua explicação soe como uma negociação (porque não é). Às vezes, ajuda relembrar as regras aos seus filhos. Por exemplo, ao entrar no supermercado, deve dizer aos seus filhos que eles estão ali para comprar artigos necessários para a casa, não brinquedos, doces ou biscoitos. Ao ser consistente com as regras seus filhos passaram a não pedir tais produtos, nesses momentos de compras. Outra alternativa, é dar a opção de compra com a mesada, caso tenham.
Quando falar com seus filhos, procure usar a linguagem dos direitos, por exemplo, “você não tem direito  de fazer birra”. Isso implica que existe um sistema coerente de regras e que a criança tem direito de fazer outras coisas, dentro do sistema de regras estabelecidas.


Fonte adaptada: Pamela Druckerman – “Crianças francesas dia a dia”

sexta-feira, 10 de junho de 2016

LINGUAGENS


ORIENTAÇÕES SOBRE A CORREÇÃO DA LINGUAGEM ORAL DE CRIANÇAS


Não corrigir demasiado para não acentuar comportamentos de timidez, e nem deixar sem correção, pois agravam-se os erros.
ü  Não falar com a criança em termos vulgares ou errôneos. Muco nasal, nádegas, evacuar, urinar são termos clínicos que a criança aprende com facilidade.
ü  Repetir, em meio a muitas frases, o termo que de deseja ensinar à criança. Exemplo: “Passava eu de bicicleta diariamente por uma rua quando, ao atravessar um trecho pior, disse: ‘PARALELEPÍPEDO’ aqui é muito alto, a bicicleta derrapa”.
ü  Ler livros infantis adaptados à capacidade da criança, a princípio frisando os termos, e traduzindo –os para a sua linguagem. Mas ir aos poucos deixando de dar sinônimos até ler-se sem parar. Assim como nós, adultos, lendo um trecho em língua estranha pegamos pelo sentido o significado das palavras, as crianças em meio à nossa leitura pegam também, pelo sentido, o significado dos termos desconhecidos.
ü  Disfarçar sempre quando a criança aprender nomes feios. Correções como bater na boca e pô-la de castigo normalmente reforça o uso do termo via negação.
ü  Elogiar sempre que a criança empregar termo adiantado, mostrar-lhe como é bonito falar certo.


Fonte: Fernanda Barcellos, em “Psicologia Geral Infantil”

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A PSICOMOTRICIDADE NA APRENDIZAGEM

"O que tem acontecido hoje é uma cobrança desenfreada do que o cérebro da criança nem está preparado para conseguir: como escrever aos 4 anos, (...). Temos que ficar atentos a essa pirâmide se a criança for atípica ou típica. O brincar e o desenvolvimento dos sistemas que estão na base da pirâmide são essenciais para qualquer pessoa. Quando o desenvolvimento fora dessa ordem for natural, tudo bem, mas cobrar de forma inadequada é injusto. Saber por onde começar a estimular também é importante."  Elaine M. Savian

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

TRIAGEM PARA TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM CRIANÇAS PEQUENAS – DECLARAÇÃO DE RECOMENDAÇÕES DA PREVENTIVE SERVICES TASK FORCE NEW DOS EUA (USPSTF)

Há no meio clínico debates quanto a eficácia do rastreio do transtorno do espectro autista – TEA por meio de escalas por considerem esse recurso insuficiente para crianças sem sinais e sintoma evidentes entre 8 meses e 30 meses e da intervenção precoce desnecessária quando o diagnóstico é indevido. Há, também, a preocupação quanto à necessidade de uso de instrumentos validados que permitam a detecção de casos com potenciais riscos de ser subdiagnosticados.
A declaração considera a necessidade de os profissionais ouvirem atentamente as queixas dos pais durante o exame; recorrerem a instrumentos validados para avaliar a necessidade de testes e serviços de diagnósticos complementares. Orientam que os profissionais devem ficar atentos durante a fase de desenvolvimento entre 08 a 30 meses por observarem muitas crianças subdiagnosticadas por problemas de precisão nas escalas.
Frisam diversas vezes que a recomendação não é a FAVOR ou CONTRA a triagem via escalas por falta de evidências nas pesquisas disponíveis sobre o assunto, mas que nos casos de riscos e com falta de sinais e sintomas evidentes o clínico deve utilizar o seu julgamento para decidir se o rastreio será suficiente para descartar um paciente do rol de potenciais riscos de ser subdiagnosticados para TEA.
O grande problema então das triagens são: a instabilidade no diagnóstico de TEA em idade precoce; falta de dados sobre o valor preditivo positivo; e fraqueza de evidências para eficácia do tratamento precoce.  Portanto, o rastreio é importante, mas não suficiente para crianças sem sinais evidentes.
Apresentam os testes M-CHAT, Follow M-CHAT-F, Follow M-CHAT-R/F (para os pais) e Autism Screening  Questionnaire para rastreio do TEA.  Sendo que a avaliação central requer análise das habilidades de comunicação; atenção conjunta, ou seja, flexibilidade e adequação no uso dos diversos tipos de atenção exigidos pelo ambiente – interação atencional; motricidade (movimentos repetitivos); e simulação de jogo.
O tratamento é via modulação comportamental, acompanhamento médico (pediatra, neurologista e/ou psiquiatra), suporte pedagógico para educação formal, fonoaudiologia, terapia ocupacional. A intervenção precoce em comportamentos disfuncionais e cognitivos  para TEA deve atrelar-se ao desenvolvimento do paciente por meio de análise comportamental aplicada, psicoeducação para os pais, reprodução ou intervenção baseadas na INTERAÇÃO. Esse rol de intervenção multi/interprofissional tem apresentado bons efeitos na eficácia sobre resultados cognitivos, comportamentais e de linguagem. Esse programa exige, porém, intervenção intensiva de até 40 horas semanais e aplicado nos diversos ambientes da criança (escola, casa e ambulatorial). Portanto, o tratamento precoce intensivo, atrelado ao desenvolvimento, reduz os sintomas nucleares do TEA.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

TATO: PERSPECTIVA PARA A REABILITAÇÃO SENSORIAL/MOTORA EM AVC

'Pele' artificial pode devolver sensação de tato a amputados
Cientistas desenvolvem material para revestir próteses do futuro
POR CESAR BAIMA
15/10/2015 18:21 / atualizado 15/10/2015 21:00
RIO - Reconstituir a sensação de tato é um dos maiores desafios atuais na produção de próteses para membros amputados, como mãos, braços e pernas mecânicas, mas um novo modelo de “pele” artificial desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, pode ser o caminho para a solução do problema. Tirando vantagem dos rápidos avanços na fabricação de circuitos eletrônicos flexíveis, eles criaram um material capaz não só de detectar variações de pressão ao toque similares às experimentadas pela pele natural como gerar sinais que podem ser assim interpretados por neurônios do sistema somatossensorial. Com isso, os usuários das próteses do futuro revestidas com este material poderiam recuperar controle motor para realizar tarefas delicadas, além de obter uma estimulação sensorial que pode aliviar a chamada dor do membro fantasma, mal que afeta cerca de 80% dos amputados.
- Esta é a primeira vez que um material flexível parecido com a pele pôde detectar pressão e também transmitir um sinal para um componente do sistema nervoso – diz Zhenan Bao, professora da Universidade de Stanford e líder da pesquisa, cujos resultados foram publicados na edição desta semana da revista “Science”.
A “pele” artificial sensível ao toque é composta por duas camadas de material plástico, em que a de cima funciona como mecanismo sensor enquanto a de baixo atua como um circuito que transporta os sinais elétricos produzidos e os traduz em estímulos bioquímicos compatíveis com os das células nervosas. Há cinco anos, Zhenan e sua equipe, que buscam uma solução para o problema do tato em próteses há uma década, já haviam descrito como usar plásticos e borrachas como sensores de pressão com base na elasticidade natural de suas estruturas moleculares, melhorando sua sensibilidade ao unir os materiais em uma estrutura parecida com um biscoito em camadas.
A partir disso, os cientistas espalharam bilhões de nanotubos de carbono pelo novo material, de forma que, quando submetido à pressão, ele aperte os nanotubos, permitindo que conduzam eletricidade. Assim, a “pele” artificial pode imitar o comportamento da pele humana natural, que transmite informações sobre a pressão para o cérebro na forma de pequenos pulsos elétricos. Esses pulsos funcionam de modo similar ao código Morse, com mais pressão espremendo os nanotubos cada vez mais próximos, fazendo com que mais eletricidade flua pelo sensor. Com menos pressão, o fluxo de pulsos diminui, indicando um toque leve, e na ausência de pressão os pulsos cessam por completo.
O trabalho dos cientistas, no entanto, não acabou aí. Ainda era preciso encontrar uma maneira de transmitir estes pulsos para células nervosas de modo que elas pudessem interpretá-los como uma sensação de tato. Para tanto, eles se uniram a pesquisadores da PARC, uma empresa do grupo Xerox, que desenvolveram tecnologia que usa impressoras do tipo jato de tinta para fazer circuitos eletrônicos flexíveis em plásticos. Com isso, eles puderam produzir uma segunda camada do material com dimensões que permitem seu uso prático como “pele” artificial.
Por fim, os cientistas de Stanford também tiveram que provar que o conjunto gera sinais que podem ser reconhecidos por um neurônio. Para isso, eles adaptaram técnica desenvolvida por Karl Deisseroth, também professor da universidade americana, que uniu genética e ótica no crescente campo de estudos conhecido como optogenética. Com base nos princípios da optogenética, eles produziram neurônios modificados sensíveis a frequências específicas de luz para simular o sistema nervoso humano e traduziram os sinais gerados pela “pele” artificial em pulsos luminosos, que então ativaram estes neurônios quando submetida à pressão.
Segundo Zhenan, a optogenética foi usada apenas para demonstrar que a “pele” artificial funciona e é compatível com sistemas biológicos, e outros métodos de estímulo das células nervosas deverão tomar seu lugar nas futuras próteses sensíveis ao toque, provavelmente uma estimulação elétrica direta. Os pesquisadores também esperam desenvolver e integrar à “pele” artificial outros sensores capazes de detectar as diferenças entre uma superfície áspera e uma macia, assim como entre uma fria e outra quente, ampliando a gama de sensações que ela pode transmitir.
- Ainda temos muito trabalho pela frente para levar isso dos experimentos para aplicações práticas – reconhece Zhenan. - Mas depois de trabalhar muitos anos nisso, agora vejo um caminho claro por onde podemos conduzir nossa pele artificial.