MARIA RAMIM

Maria Ramim

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

TRIAGEM PARA TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM CRIANÇAS PEQUENAS – DECLARAÇÃO DE RECOMENDAÇÕES DA PREVENTIVE SERVICES TASK FORCE NEW DOS EUA (USPSTF)

Há no meio clínico debates quanto a eficácia do rastreio do transtorno do espectro autista – TEA por meio de escalas por considerem esse recurso insuficiente para crianças sem sinais e sintoma evidentes entre 8 meses e 30 meses e da intervenção precoce desnecessária quando o diagnóstico é indevido. Há, também, a preocupação quanto à necessidade de uso de instrumentos validados que permitam a detecção de casos com potenciais riscos de ser subdiagnosticados.
A declaração considera a necessidade de os profissionais ouvirem atentamente as queixas dos pais durante o exame; recorrerem a instrumentos validados para avaliar a necessidade de testes e serviços de diagnósticos complementares. Orientam que os profissionais devem ficar atentos durante a fase de desenvolvimento entre 08 a 30 meses por observarem muitas crianças subdiagnosticadas por problemas de precisão nas escalas.
Frisam diversas vezes que a recomendação não é a FAVOR ou CONTRA a triagem via escalas por falta de evidências nas pesquisas disponíveis sobre o assunto, mas que nos casos de riscos e com falta de sinais e sintomas evidentes o clínico deve utilizar o seu julgamento para decidir se o rastreio será suficiente para descartar um paciente do rol de potenciais riscos de ser subdiagnosticados para TEA.
O grande problema então das triagens são: a instabilidade no diagnóstico de TEA em idade precoce; falta de dados sobre o valor preditivo positivo; e fraqueza de evidências para eficácia do tratamento precoce.  Portanto, o rastreio é importante, mas não suficiente para crianças sem sinais evidentes.
Apresentam os testes M-CHAT, Follow M-CHAT-F, Follow M-CHAT-R/F (para os pais) e Autism Screening  Questionnaire para rastreio do TEA.  Sendo que a avaliação central requer análise das habilidades de comunicação; atenção conjunta, ou seja, flexibilidade e adequação no uso dos diversos tipos de atenção exigidos pelo ambiente – interação atencional; motricidade (movimentos repetitivos); e simulação de jogo.
O tratamento é via modulação comportamental, acompanhamento médico (pediatra, neurologista e/ou psiquiatra), suporte pedagógico para educação formal, fonoaudiologia, terapia ocupacional. A intervenção precoce em comportamentos disfuncionais e cognitivos  para TEA deve atrelar-se ao desenvolvimento do paciente por meio de análise comportamental aplicada, psicoeducação para os pais, reprodução ou intervenção baseadas na INTERAÇÃO. Esse rol de intervenção multi/interprofissional tem apresentado bons efeitos na eficácia sobre resultados cognitivos, comportamentais e de linguagem. Esse programa exige, porém, intervenção intensiva de até 40 horas semanais e aplicado nos diversos ambientes da criança (escola, casa e ambulatorial). Portanto, o tratamento precoce intensivo, atrelado ao desenvolvimento, reduz os sintomas nucleares do TEA.